Primeiro Submarino da Marinha do Brasil: História, Origem e Detalhes

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20/03/2023
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Primeiro Submarino da Marinha do Brasil: História, Origem e Detalhes

O Brasil é um país com uma longa história de submarinos, que remonta ao início do século XX. O primeiro submarino brasileiro foi o F1, adquirido da Itália em 1914 e incorporado à Marinha do Brasil em 1917. Desde então, o Brasil construiu e operou diversos tipos de submarinos, tanto convencionais quanto nucleares.

O primeiro submarino brasileiro oceânico foi o Humaitá (H), construído ainda na Itália e semelhante ao Balilla italiano. Entregue em 1929, esse submarino foi o recordista em mergulho sendo o primeiro a descer até 100 metros. O Humaitá serviu até 1957 e foi substituído por outros submarinos de origem americana e francesa.

A década de 1990 marcou uma realização nacional: a construção e incorporação do primeiro submarino totalmente construído no Brasil pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). O Submarino Tamoio (S31), da Classe Tupi, baseada nos submarinos alemães Tipo 209/1400, foi incorporado em 12 de dezembro de 1994. O Tamoio teve como primeiro comandante o Capitão-de-Fragata Flávio de Morais Leme.

O Submarino Tamoio faz parte da Força de Submarinos da Marinha do Brasil, que atualmente conta com quatro submarinos da Classe Tupi (Tupi S30, Tamoio S31, Timbira S32 e Tikuna S34) e um da Classe Tikuna (Tapajó S33), este último com melhorias em relação aos anteriores. Esses submarinos têm capacidade para operar em águas profundas e realizar missões como patrulha naval, guerra anti-submarina e anti-superfície, inteligência naval e apoio a operações especiais.

O Brasil também está desenvolvendo um programa ambicioso de construção de novos submarinos com propulsão nuclear e convencional. O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) prevê a construção de quatro submarinos convencionais da Classe Riachuelo (Riachuelo S40, Humaitá S41, Tonelero S42 e Angostura S43) e um submarino nuclear Álvaro Alberto SN10. Esses submarinos serão construídos no Complexo Naval de Itaguaí (CNI), no estado do Rio de Janeiro.

O primeiro dos novos submarinos convencionais é o Riachuelo S40, que foi lançado ao mar em 14 de dezembro de 2018. O Riachuelo é baseado nos submarinos franceses Scorpène e tem capacidade para disparar torpedos pesados F21 e mísseis anti-navio Exocet SM39. O Riachuelo deve ser incorporado à Marinha do Brasil em 2022.

O segundo dos novos submarinos convencionais é o Humaitá S41, que recebeu esse nome em homenagem ao primeiro submarino brasileiro oceânico. O Humaitá foi lançado ao mar em 11 de dezembro de 2020 e está realizando testes no mar antes da sua incorporação prevista para 2023.

Os demais novos submarinos convencionais estão em diferentes fases de construção no CNI. O Tonelero S42 deve ser lançado ao mar em 2023 e o Angostura S43 em 2024.

O projeto do PROSUB é o Álvaro Alberto SN1 é um submarino nuclear de ataque que está sendo construído pela Marinha do Brasil em parceria com a França. O submarino faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), que prevê a construção de quatro submarinos convencionais e um submarino com propulsão nuclear. O nome do submarino é uma homenagem ao vice-almirante e cientista Álvaro Alberto da Mota e Silva, que foi o responsável pela implantação do Programa Nuclear Brasileiro na década de 1950. O Álvaro Alberto SN1 será o primeiro submarino brasileiro com capacidade de operar por tempo ilimitado debaixo d’água, graças ao seu reator nuclear PWR. O lançamento ao mar do submarino está previsto para 2029 e o comissionamento para 2034. O projeto representa um avanço tecnológico e estratégico para o Brasil, que se tornará o sétimo país do mundo a dominar a tecnologia de submarinos nucleares.