Na última quarta-feira (12), a Marinha do Brasil (MB) deu um passo significativo no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) com o início da construção do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN) “Álvaro Alberto”. A cerimônia de corte da chapa para as cavernas da Seção C Preliminar do casco resistente ocorreu na Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), localizada no Complexo Naval de Itaguaí (RJ).
Com previsão de construção para 2025, o SCPN “Álvaro Alberto” é o principal foco do PROSUB, representando um avanço sem precedentes para o Poder Naval brasileiro e a Defesa Nacional. O recente corte da chapa marca a retomada da construção de cascos resistentes pela Itaguaí Construções Navais (ICN) e é um marco importante no desenvolvimento do submarino, especialmente devido à complexidade estrutural da Seção C, onde ocorrerá a geração de energia propulsiva.
A Seção C Preliminar é uma das atividades críticas no processo construtivo, representando a primeira etapa da construção do casco, fruto do processo de homologação alcançado até o momento. A tarefa foi iniciada pelos operários da ICN, com a presença de representantes da MB, incluindo a Autoridade de Projeto, a Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, a Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, e a Diretoria de Engenharia Naval.
Desafios Tecnológicos e Inovações do SCPN
O desenvolvimento do SCPN, o principal objetivo do PROSUB, envolve desafios tecnológicos significativos para o Brasil. Este submarino exige alta tecnologia e complexidade, incluindo o desenvolvimento de um reator nuclear e de toda a Planta Nuclear Embarcada (PNE). Em Iperó (SP), a MB está construindo um laboratório de geração de energia nucleoelétrica para validar a operação do reator de propulsão naval e dos sistemas integrados.
Este projeto é pioneiro no Brasil, impulsionando pesquisas e inovações realizadas por brasileiros. Após os testes, um reator similar será instalado no Submarino “Álvaro Alberto” no Complexo Naval de Itaguaí, que também abrigará instalações e diques secos específicos para a construção e manutenção de submarinos com propulsão nuclear. Este desenvolvimento nacional oferece avanços tecnológicos e benefícios para diversas áreas da sociedade brasileira.
Contribuições Nacionais e Benefícios Sociais
O domínio do enriquecimento de urânio, alcançado em 1988 com tecnologia 100% brasileira, contribui para a produção de equipamentos para as Indústrias Nucleares do Brasil. A colaboração entre universidades, institutos de pesquisa e a indústria nacional no PROSUB assegura a disseminação de conhecimentos essenciais ao setor nuclear no Brasil, promovendo benefícios nas áreas de saúde, agricultura e segurança alimentar, além de capacitar técnicos e engenheiros em áreas sensíveis como a nuclear.
PROSUB: Proteção e Soberania Nacional
Para proteger a Amazônia Azul e garantir a soberania brasileira no mar, a MB tem investido na expansão da Força Naval e no desenvolvimento da indústria de Defesa. A Estratégia Nacional de Defesa, lançada em 2008, estabeleceu a necessidade de uma “força naval de envergadura”, motivando a criação do PROSUB e a construção de quatro submarinos com propulsão diesel-elétrica no Brasil.
Desde então, os submarinos “Riachuelo” (S40), “Humaitá” (S41) e “Tonelero” (S42) foram entregues. A entrega do submarino “Angostura” (S43) e a construção do SCPN “Álvaro Alberto” ainda estão previstas, reforçando a modernização da Força de Submarinos da MB e capacitando o Brasil para a construção de submarinos com propulsão nuclear.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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